A palestra sobre dependência química, focada principalmente no alcoolismo, promovida pela Associação de Recuperação de Alcoolistas (Aral) de Seara, durante a celebração dos 27 anos da entidade no município, foi uma das grandes atrações do fim de semana.
O evento aconteceu na Igreja Matriz São Daniel, após a missa do domingo, 4, e foi ministrada por Jaira Adamczyk, de Florianópolis, uma autoridade no assunto. Em seu abastado currículo, a assistente social, terapeuta familiar, mestre em tratamento e prevenção às drogas, também responsável técnica regional do Aral, soma 28 anos de atuação na área de dependência química.
Jaira optou por partilhar com o público presente sua experiência com dependentes químicos para alertar, esclarecer e chamar a atenção da sociedade sobre os perigos das drogas, enfatizando o alcoolismo, que, segundo ela, é a porta de entrada às demais drogas. Usou, em seu pronunciamento, três tripés, para mostrar o caminho da libertação da dependência que, inevitavelmente, provoca adoecimento não só do consumidor, mas de todo seio familiar. “É preciso ter mente aberta, honestidade e boa vontade”. O primeiro tripé, conforme a especialista, remete o doente a assumir que está com problema e que necessita de ajuda. Já a honestidade, serve para encarar sua responsabilidade dentro da situação e a boa vontade, diz que fortalecerá o paciente a se libertar do vício. “A boa vontade faz toda diferença, porque a força de vontade em algum momento vai fazer a gente cansar. Fazer força, cansa. Mas com a boa vontade, o paciente nunca desistirá”.
Jaira Adamczyk ressaltou que o alcoolismo é uma das maiores epidemias da sociedade. “A saúde pública nunca enfrentou dificuldade tão grande quanto à dependência química”. Contou que na clínica onde trabalha, na capital, a doença está atingindo a sociedade cada vez mais precocemente. “Recebemos crianças dependentes a partir de oito anos e o primeiro ‘traficante’ é o pai ou a mãe”. Esclarece que a estrutura familiar é permissiva, pois os primeiros contatos com o álcool ocorrem dentro de casa.
Recuperação
A família, de acordo com Jaira Adamczyk, tem que se atentar para a recuperação com o dependente. “Pois, enquanto o dependente estava intoxicado pela química, a família estava intoxicada pela raiva, pela vergonha, pela mágoa, entre outros sentimentos destrutivos. É preciso sair do projeto de morte e partir para o projeto de vida”.
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